Associação Recreativa e Musical de Vilela.
A Banda de Vilela tem a sua sede na freguesia de Vilela, concelho de Paredes, distrito do Porto, Portugal. Tal como muitas bandas filarmónicas, nasceu sob a influência da Igreja, com o objetivo de solenizar as cerimónias litúrgicas.
Foi fundada em 1860 pelo Padre Reitor da Aldeia, José Machado, e pelo Sr. Bernardino Magalhães, que foi o seu primeiro contramestre, tendo como regente o Padre Cardoso, pároco da freguesia vizinha de Duas Igrejas. Composta inicialmente por 26 músicos, foi intitulada “Banda de Santo Estêvão de Vilela”.
Em 1890, o Prof. António Gaspar Pereira assumiu a direção artística da banda, cargo que ocupou até 1917, durante a crise económica mundial. Nesse período, a banda passou a estar vinculada à Fábrica da Boa Nova, adotando a designação “Banda da Boa Nova de Vilela”, sendo dirigida pelo maestro Sr. Américo Presa, natural da região. Os músicos, durante este período, passaram também a ser funcionários da fábrica.
Reconhecimento e Atuação
Ao longo da sua história, a banda destacou-se por atuações brilhantes em diversas regiões de Portugal e no estrangeiro, participando em inúmeros certames e concursos, com resultados notáveis. Entre os principais destaques estão:
• 1º lugar no Concurso de Bandas do Entre Douro e Minho;
• Participações em certames na Galiza (Espanha) – Bocaxón, Vilar de Cruzes, Guilharei;
• Atuação em Argenteuil (França);
• Participação na Semana da Música organizado pela Banda Marcial de Gueifães (2013);
• Festivais de Vila Nova de Cerveira (2018 e 2024); Belinho e Lousada;
• Festival Internacional de Bandas de Loures (2023);
• Festival de Bandas de Tarouca (2024)
Produções Discográficas
Nas últimas décadas, a banda lançou várias gravações de destaque:
• Desfolhando Cantigas (2005);
• Simplesmente Nosso (2008);
• Simplesmente Nosso II – Vilela (2011);
• The Submerged City;
• Golden Eagle,
Estes dois últimos gravados para a prestigiada editora holandesa Molenaar.
Além disso, lançou dois DVDs:
• Concerto na Casa da Música (2010);
• Certamen Internacional de Aranda de Duero (2017).
Comemorações e Conquistas Recentes
Em 2010, a banda celebrou o seu 150º aniversário com um extenso e memorável programa de eventos.
A abertura das comemorações contou com a participação da prestigiada Banda da Armada, brilhantemente dirigida pelo Maestro Délio Gonçalves, num concerto que marcou o início das festividades.
Como parte da celebração, foi realizado um grandioso concerto na Casa da Música – Sala Suggia.
Realizou também o 1º Festival de Bandas de Vilela no qual participaram as:
• Bandas de Múscia de Antas;
• Banda Marcial de Gueifães;
• Banda Marcial de Fermentelos.
As festividades culminaram com o lançamento de um livro comemorativo, que retrata a rica história e o impacto cultural da banda ao longo de um século e meio de existência.
Entre as conquistas mais recentes, destacam-se:
• Concurso Internacional de Bandas de Vila Franca de Xira – 1º lugar (2012)e Prémio Touromaquia e 2º lugar (2014);
• Concerto nas comemorações do 20º aniversário da Academia José Atalaya, com participação do coro de pais e alunos, o pianista italiano Giosué de Vincenti e a soprano Carla Lopes (2014);
• Certamen Internacional de Aranda del Duero (Espanha) – 1º lugar (2017);
• VII Concurso Internacional de Bandas de Braga – 1º lugar (2021).
Em 2020, para celebrar os seus 160 anos, lançou um CD com obras dedicadas à banda, compostas por compositores nacionais e internacionais.
Em 2023, gravou um CD com obras do compositor Ilídio Costa, em parceria com a editora Afinaudio.
Composições Originais
Com o objetivo de enriquecer o seu repertório, a banda encomendou mais de 20 obras originais a compositores nacionais e internacionais:
• Freitas - Fantasia - (2007):
• Augusto Alves - Pasodoble (2010);
• Vilela em Festa - Marcha de desfile (2010);
• Cantares de Vilela - Rapsódia (2010);
• Castelo do Inferno - obra descritiva do concelho de Paredes, ganhadora do concurso de composição de Cidad Torrevieja (2010);
• Vilela - Poema sinfónico - (2011);
• Vasco Seabra - Marcha de desfile (2012);
• Carlos Pacheco - Pasodoble (2014);
• José Ricardo Freitas - Pasodoble (2016);
• A Celer - Marcha de concerto (2017);
• Domingos Barros - Pasodoble 2017;
• Adolfo Barros - Pasodoble de concerto (2018);
• Álvaro Cardoso - Marcha de Desfile (2018);
• Sâo Estêvão de Vilela - Marcha de procissão (2020);
• Vilela Op 58 - Fantasia para Banda (2020);
• Poseidon in Troya – Obra descritiva original Banda (2020);
• Contradanças de Vilela - Rapsódia (2020);
• O Barros - Pasodoble de concerto (2022);
• Satierf Odracir - Obra escrita e dedicada ao Prof.José Ricardo (2022);
• Amigos de Vilela - Pasodoble (2022);
• José Machado Freitas - Marcha de desfile (2022);
• Toninho Fonseca - Pasodoble de concerto (2023);
• Fernando Dias - Marcha de desfile (2024).
Direção Artística e Formação
Ao longo da sua história, a banda foi dirigida por maestros de grande prestígio, como:
• Capitão Pereira de Sousa;
• Maestro António Lopes (antigo diretor da Orquestra Sinfónica Portuguesa);
• 1º Sargento Músico Daniel Silva;
• Prof. António Gomes;
• Prof. Miguel de Oliveira;
• João Gomes;
• 1º Sargento Músico Manuel de Abreu Neto;
• 1º Sargento Músico Armindo Nunes.
Atualmente, a banda é dirigida pelo Prof. José Ricardo Freitas, que lidera um grupo de cerca de 65 músicos, com idades entre os 10 e os 65 anos.
A banda mantém uma escola de música, responsável pela formação de muitos dos seus membros, incluindo elementos com formação superior, que integram atualmente bandas militares, orquestras profissionais e outras formações musicais.
Um Legado de Excelência
Com mais de 160 anos de história, a Banda Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Vilela continua a ser um símbolo de excelência e cultura musical em Portugal e no estrangeiro. A sua vitalidade, marcada por concertos de renome, gravações e composições originais, é um testemunho do seu impacto e dedicação à arte da música.